quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como preparar sua casa para venda


Depois de passar pelo processo do desapego, se despedir de cada cômodo e se animar com a mudança para a nova casa é chegada a hora de pôr o seu próprio imóvel em exibição para venda. EXAME.com ouviu especialistas em compra e venda de imóveis sobre como tornar o seu “produto” valorizado e atraente para os compradores. Veja abaixo os seus principais conselhos.


Concentre-se nos pequenos reparos

Fazer uma recauchutagem no imóvel pode ser imprescindível, especialmente se ele foi habitado por muito tempo. Mas o tamanho da reforma deve ser equilibrado. Concentre-se nos reparos menores e que, naturalmente, custam menos, como a troca de cerâmicas e azulejos quebrados, a substituição de maçanetas e tomadas com defeito, e o conserto de vazamentos e rachaduras.

Livre-se também de sinais de umidade, mofo, entupimentos, ou mesmo de danos ocultos por móveis que serão retirados na mudança, como aquela rachadura atrás do armário. Apresentar um imóvel sem fazer esses reparos pode afugentar os potenciais compradores simplesmente pela má impressão. Se desconhecidos, podem motivar queixas fundamentadas após a venda.

“O imóvel tem que estar habitável, sem necessidade de reforma”, afirma Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos em Finanças (IBEF) e autor do livro “Imóveis: seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio”.

Esqueça as grandes reformas e benfeitorias

As obras para fazer as grandes reformas ou instalar benfeitorias podem ser muito caras e não gerar retorno para o vendedor. É claro que ter uma cozinha planejada ou um armário embutido valoriza o seu imóvel, mas só se essas benfeitorias já estiverem lá. Implementá-las só para subir o preço do seu imóvel na venda em geral não compensa.
O mesmo vale para as grandes reformas, como trocar uma fiação antiga, o piso ou todos os azulejos do banheiro. “Tem que estudar caso a caso e fazer a conta. Se valorizar o imóvel e compensar o investimento na reforma, pode fazer. Mas pode ser que o gosto do comprador seja outro. Então, se não compensar, melhor não fazer”, diz Roseli Hernandes, diretora da imobiliária Lello.
Luiz Calado ressalva ainda que essa estratégia é uma faca de dois gumes. De nada adianta fazer uma reforma ou benfeitoria que jogue o preço do seu imóvel em uma faixa acima dos demais imóveis de sua metragem. “As pessoas tendem a preferir tamanho a melhorias. Não adianta passar o preço do seu imóvel de 90m2 de 500.000 reais para 800.000 reais, se nesta faixa mais alta os imóveis são bem mais amplos”, alerta.

Evite reformas estruturais se elas não forem essenciais para bons negócios

Em relação às reformas estruturais, como aquelas feitas na parte elétrica ou hidráulica, a questão é mais delicada ainda. Essas estruturas costumam ser mais problemáticas em imóveis mais antigos. Mas antes de gastar uma enorme quantidade de tempo e dinheiro nesses reparos, é bom verificar se a falta deles acarretaria perda de bons negócios.

Luiz Calado orienta os vendedores a colocarem a casa para visitação antes de efetuar os reparos estruturais, tentando sentir a aceitação do público. É bom ter em mente que, em tempos de imóveis caros, como agora, os compradores buscam justamente imóveis depreciados, para pedir um bom desconto no preço e reformá-los posteriormente. “É bom inclusive perguntar aos potenciais compradores do que eles gostaram e do que não gostaram. Isso pode orientar eventuais reformas”, diz o especialista.

A aparência ajuda na sedução na hora da compra ou locação. 


Refaça a pintura

Se a pintura estiver danificada ou se houver cômodos em cores chamativas, pinte novamente o imóvel com cores neutras. De novo, vale a regra da boa impressão, fora que não é todo mundo que gosta de cores berrantes ou cômodos cheios de personalidade. “É o tipo de reparo que compensa, pois é relativamente simples e barato de fazer”, diz Calado.

Veja a seguir as dicas para valorizar o patrimônio sem gastar muito.

Aquilo que os olhos veem sensibiliza o possível comprador de um imóvel. Esta é a regra de ouro do corretor imobiliário Sérgio Heirich, da Imóvel POA Assessoria Imobiliária, que trabalha compra e venda de imóveis, em Porto Alegre. Segundo ele, para deixar o imóvel com uma aparência sedutora para compra ou locação, não é preciso gastar muito. Veja a seguir as dicas para agregar valor à venda de um apartamento.


Tons pastéis nas paredes e afins proporcionam a sensação de mais luminosidade


Como afirma Heinrich, é preciso mostrar. Assim, invista na pintura das paredes e do teto para encantar possíveis compradores. De acordo com o corretor, com R$ 2 mil investidos na pintura é possível obter um incremento de cerca de R$ 15 mil sobre o preço do mesmo imóvel sem melhorias. Por exemplo, um apartamento em um bairro da Zona Norte da capital gaúcha de 90m², avaliado em R$ 270 mil, passa a ser oferecido por até R$ 290 mil com uma nova pintura. “Além de valorizar, isso dá agilidade na venda: o imóvel vende mais rápido”, garante.


Pintura nova incrementa o preço em R$ 15 mil, em média, além de facilitar a venda


Modificar a estrutura do imóvel, na opinião de Heinrich, não é aconselhável. Ele recomenda ponderar bem antes de se decidir por uma reforma pré-venda, pois as suas preferências podem não coincidir com as dos potenciais compradores. Além de arriscado, pode custar caro: “Se o apartamento está muito ruim, tem que baixar o preço; você vai gastar pelo menos R$ 15 mil em uma obra, o que não vale a pena”.

O corretor aconselha ainda a não mexer no encanamento, se possível, pois é o tipo de melhoria que não é interessante porque “não é vista”. Evidentemente, se na cozinha, área de serviço ou banheiros os azulejos apresentarem problemas, é preciso agir, chamar um pedreiro e consertar, para que o imóvel tenha um bom aspecto.







Pisos laminados modernizam ambientes

Outro item que deve ser levado em conta é se o apartamento possui carpete. “É um enorme problema”, alerta Heinrich. “O bom é tirar antes de passar o imóvel adiante, porque é um ponto negativo para a venda”. Carpetes podem ser substituídos por pisos laminados ou, nas áreas úmidas, como cozinha e banheiros, pelo porcelanato. Para o gerente de vendas da Guarida Imóveis, Rafael Taboada Koehler, a troca por este tipo de superfície deixa o imóvel com uma aparência mais moderna, o que torna mais fácil a venda. Ele também sugere laminados nas áreas íntimas, como corredores e quartos.


Carpetes são um ponto negativo e é preciso substituí-los por superfícies modernas





Prédios antigos, em que os apartamentos têm um “aspecto caído” por conta da pintura, podem ser renovados com a aplicação de tons brancos e pastéis: “São pequenos detalhes que podem dar grande valorização, pois ‘abrem’ o ambiente, proporcionando uma sensação de mais luminosidade”, diz Koehler.

No caso dos imóveis antigos, a revitalização é essencial ainda para melhorar a condição dos sistemas elétrico e hidráulico. “Isso vai dar segurança ao cliente de que ele terá um custo menor com água e energia”, explica o gerente.


Revitalização de estruturas antigas é essencial para agregar valor ao imóvel


Como exemplo, Koehler cita um imóvel de R$ 400 mil, cujos sistemas tenham sido atualizados, o qual pode obter uma valorização de até R$ 15 mil : “Reforma é um investimento que sempre vale a pena. Uma casa pode aumentar em cerca de 12% de seu valor ao receber investimentos em melhorias da ordem de 4%”.


Limpeza e organização são fundamentais

Feitos os reparos necessários, volte-se para a apresentação do imóvel. Agora que o seu lar tornou-se um produto na prateleira, é hora de partir para as estratégias de marketing. Como a maioria dos candidatos a compradores busca uma casa para morar, torne seu imóvel acolhedor, para que os visitantes consigam se imaginar morando ali.

Primeiro passo nesse quesito é deixar a casa um brinco. Quando as visitas chegarem, precisam encontrá-la absolutamente limpa, sem mofo, teias de aranha, limo nos banheiros ou pilhas de louça para lavar na pia. Até mau cheiro, como aquele odor típico de animais de estimação que ficam dentro de casa, pode espantar os candidatos.
Organização também é importante. Arrume os armários que ficarão no imóvel, pois é possível que os visitantes queiram abri-los (e ninguém quer que eles sejam soterrados por bugigangas). Nada de objetos espalhados ou cama desarrumada. Aproveite a preparação da casa para jogar fora ou doar aquilo que não tem mais serventia.

No caso de ser uma casa, o exterior também deve estar bem cuidado. Muros pichados podem passar sensação de insegurança na vizinhança, mesmo que isso não seja verdade; e jardins, quintais e piscinas bem cuidados lembram aos visitantes de que o imóvel não está abandonado.


Apague sua personalidade

Para que os potenciais compradores de fato se imaginem morando na sua casa, é aconselhável também se livrar de todos os objetos pessoais, que se relacionem à sua personalidade, como fotos de família, ícones religiosos, lembranças de viagem e objetos de decoração. Um ateu pode não gostar de uma casa cheia de imagens de santos; um palmeirense dificilmente vai simpatizar com um quarto decorado com a bandeira do Corinthians. “A decisão de compra normalmente é emocional”, lembra Luiz Calado.


Livre-se de parte da mobília

Para quem tem muitos móveis pode ser melhor pôr alguns deles num depósito, para tornar o visual do imóvel mais “clean”. “Fica mais gostoso de olhar. O imóvel cheio de coisas parece menor, sufocado, principalmente se a mobília for antiga”, diz Roseli Hernandes, da Lello. Deixe apenas os móveis bem conservados. Essa também é uma boa maneira de “impessoalizar” o imóvel e fazê-lo parecer mais amplo.


Saiba o que dizer e quando dizer

Não adianta ficar enchendo os compradores potenciais de explicações sobre as vantagens do imóvel. Informe-os – ou oriente o corretor a informar – apenas aquilo que se encaixa no perfil do visitante. Se for uma família, forneça dados sobre as facilidades que o prédio tem para as crianças; se for alguém buscando silêncio e tranquilidade, informe se a vizinhança é barulhenta ou não.

Mais jamais omita as desvantagens que possam afetar o novo morador de alguma forma, como o fato de o imóvel estar localizado em uma rua de feira ou em um prédio com restrições a animais de estimação, por exemplo.

Fonte:
 Pense Imóveis 
 Exame.com


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